
¨A TORTA DA SORTE¨
Brigitte Labbé e Michel Puech
A mãe de Bruno preparou uma torta especial e colocou dentro dela um morango inteiro. O garoto chamou seus amigos para o lanche e inventou uma brincadeira: a torta da sorte. Quem tirasse o pedaço com a fruta seria o vencedor e ganharia um presente.
Bruno, Ana, Dênis, Cecília e Jorge examinaram bem a torta, tentando achar algum sinal do morango e pegar o pedaço cobiçado. Cecília foi a primeira a notar uma saliência na torta, e Bruno viu uma pontinha vermelha aparecendo. Em seguida, os outros colegas também perceberam isso, e agora todos querem o mesmo pedaço.
Para acabar com a discussão, eles resolvem entrar num acordo: a mãe de Bruno corta e separa a torta em cinco pedaços. Depois, de olhos vendados, Ana sorteia a parte que cabe a cada um. Como a menina não vê nada, o que conta é a sorte, e não haverá injustiça na distribuição.
As crianças inventaram uma regra de distribuição, uma regra que não favorece ninguém. Se Bruno, por exemplo, ficar com a fatia que contém o morango não há como dizer que houve injustiça. Assim, Bruno vai ganhar o presente e todos terão de aceitar esse fato. Ninguém poderá dizer: “Não é justo que ele ganhe.” Isso porque todos sabem que é justa a regra da partilha, da divisão, decidida de comum acordo. A justiça é antes de tudo, uma questão de partilha, de divisão.
Reflexão: Se todos os habitantes da Terra tiverem, igualmente, um prato de arroz e feijão para comer por dia, ninguém vai pensar que isso é injusto. Porém, se alguns homens tiverem esses alimentos em quantidade 50 vezes maior, além de carnes, pães e doces à vontade, enquanto muitos outros morrem de fome, não podemos dizer que isso seja justo. Há injustiça, portanto, quando a divisão não é feita com igualdade.
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